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22-03-2007

o PCP da Mealhada vai assinalar a prisão, pela PIDE, de Cunhal


PCP evoca domingo detenção de Cunhal no Luso

A prisão de Álvaro Cunhal no Luso, em 25 de Março de 1949, "tem sido fantasiada", segundo Sofia Ferreira, a mulher que foi detida nessa ocasião conjuntamente com o líder histórico do PCP e Militão Ribeiro.

No domingo, no Luso, o PCP da Mealhada vai assinalar a prisão, pela PIDE, de Cunhal, Sofia e Militão, com o descerramento de uma lápide na casa onde foram detidos e, na ocasião, a mulher deverá revelar pormenores sobre como tudo se terá passado.

Segundo João Pires, dirigente do PCP na Mealhada, "a camarada Sofia Ferreira entende que a forma como a PIDE os deteve no Luso tem sido algo fantasiada e deverá contar como tudo se passou".

De acordo com a descrição que tem sido publicada, a polícia política, após denúncia, terá chegado de noite às imediações do Casal de Santo António, onde se encontrava Álvaro Cunhal na clandestinidade, mas só interveio depois do sol nascer.

Cercada a casa, por volta das 06:00 de 25 de Março de 1949, os agentes entraram na propriedade, surpreendendo- os no seu interior.

Cunhal terá ainda ensaiado uma tentativa de fuga pelo quintal, mas não teve tempo de saltar o muro e foi apanhado, tendo sido os três levados "em segredo" para as instalações da PIDE no Porto, em jipes separados.

O "segredo" que a polícia política pretendia fazer da detenção, até para ter tempo para actuar, face às informações relevantes sobre a organização partidária que pretendia desmantelar, foi mal guardado e depressa se soube nos meios comunistas.

A notícia foi espalhada de uma forma curiosa, que passou despercebida à censura, através de um anúncio publicado no jornal O Primeiro de Janeiro, em nome de Álvaro Cunhal, a agradecer "a todos os amigos que se têm interessado pela sua saúde na Rua do Heroísmo", ou seja, na morada da PIDE.

De acordo com o relatório policial, foram-lhe apreendidos inúmeros documentos no Luso, relativos à actividade política do PCP e a aspectos orgânicos do partido.

"A quase totalidade dos documentos são constituídos por relatórios, através dos quais se verifica que a actual organização do partido Comunista Português atingiu um nível de perfeição e eficiência bastante elevado, não obstante o seu carácter clandestino e ainda a luta permanente e não menos eficaz desta Polícia", pode ler-se naquele relatório policial.

Apreendido foi também um ficheiro dos indivíduos considerados perigosos para o partido, as escutas diárias da Rádio Moscovo, bem como um projecto de estatutos do partido e esboços programáticos, correspondência com o PC espanhol e francês, bem como com estruturas comunistas nas antigas colónias de Angola e Moçambique.

Através da documentação na posse de Álvaro Cunhal, a polícia política ficou a conhecer dados importantes da estrutura do PCP em todo o país e da forma como angariava fundos.

Para a cerimónia do próximo domingo, às 15:00, está prevista a presença de Sofia Ferreira, a única sobrevivente dos três (Militão Ribeiro veio a morrer no Tarrafal na sequência da prisão) que, segundo o dirigente comunista da Mealhada, deverá contar na primeira pessoa pormenores da detenção.


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